sábado, 29 de junho de 2013

Itália no inverno - vale a pena?


Sim, vale a pena, por vários motivos:

  • As cidades não estão tão cheias de turistas, há menos filas para entrar nos museus.
  • Anda-se muito na Itália e, não sei você, mas pra mim é menos cansativo andar no frio do que no calor do verão.
  • Na época do Natal, quase todas as cidades estão decoradas. Em Verona há uma feira de Natal muito bacana na praça Erbe.
  • Em Milão é possível haver neve. Eu peguei neve em Milão uma semana antes do Natal.
  • Na região da Toscana (Firenze, Pisa, San Gimignano) e em Roma o frio é moderado e as vezes dá até pra tirar o casaco.
  • No norte da Itália (Torino, Verona, Vicenza, Veneza) é muito frio, principalmente em Milão, mas com uma jaqueta pesada, adequada ao frio de lá, não haverá problemas.
  • Em Veneza não há o problema do mal cheiro dos canais.
Há uma desvantagem: no norte da Itália, os dias ficam cinzentos, as vezes com neblina, e as fotos de vistas da cidade não ficam tão boas. Eu peguei céu cinzento em Milão, Verona e Veneza. Nas outras cidades, céu azul e tempo bom, mesmo em Torino e Vicenza, que estão no norte. 

Todas as fotos da Itália deste blog foram tiradas no inverno, no período de 15/12 a 07/01.

Milão (Milano)



Tempo: 1 dia para conhecer a cidade

Imperdível: O Duomo (a catedral de Milão) - com subida de elevador ao topo,  a Galleria Vittorio Emanuelle e o Castello Sforzesco.


Castello Sforzesco

Galleria Vittorio Emanuelle

Duomo


Outras atrações: O quadro da Santa Ceia de Leonardo da Vinci na igreja de Santa Maria delle Grazie (é necessário reservar).

Não recomendo: a zona boêmia de Navigli. Achei longe, feio, escuro e perigoso. Talvez por ter ido no inverno e era feriado, a região estava vazia. 


Sugestão de hospedagem

Mercure Milano Solari. Próximo do metrô, café da manhã muito bom e quarto padrão Mercure.


No último dia fiquei no Ibis Milano Centro. Bom quarto, café da manhã muito bom, próximo do metrô, porém não há frigobar e as paredes são finas – se tiver o azar de pegar um vizinho barulhento, vai ser um problema. Pra passar a última noite foi ok. 


Dicas:

Para fazer o translado do aeroporto de Milão ao centro da cidade, utilize o trem Malpensa Express, que sai do aeroporto e leva até a estação Cadorna, onde é possível pegar o metrô ou táxi até o hotel. O aeroporto é longe da cidade e um táxi até o centro custa 90 euros.

Eu levei 1 hora de táxi do Mercure Milano até a estação de trem. Havia muito trânsito. Foi por poucos minutos que não perdi o trem.


Turim (Torino)




Turim tem fama de ser uma cidade industrial cuja atração principal seria o Duomo onde está o Santo Sudário (que acabei passando reto, porque achei a fachada da igreja sem graça – só quando tinha voltado pra Milão percebi o erro). Na verdade a cidade é imperdível, com museus, palácios e centro histórico que valem a pena conhecer.

Tempo: 1 dia para conhecer o principal. 2 dias para conhecer tudo.

Imperdível: Museo Egizio (achei melhor que a ala egípcia do museu do Vaticano), Pallazo Reale (parece com o de Madri),  a Mole Antonelliana (a Torre Eiffel da cidade) e o centro histórico.

Museo Egizio

Pallazo Reale

Mole Antonelliana

Outras atrações: Museo dell Automobile (museu da FIAT) e o Borgo Medievale (vilarejo medieval, apesar de ser fake, tem mais de 100 anos e parece ser muito interessante) e o Duomo. Você vai precisar de mais um dia para conhecer estas atrações (eu gostaria de ter ido, mas não deu tempo).


As atrações principais são muito próximas, dá pra fazer tudo a pé a partir da estação de trem. Há duas formas de chegar a partir de Milão: pela Trenitália (1h), que desce na estação Porta Nuova, ou pela Italo (40min), descendo na estação Porta Susa (neste caso você deve pegar o metrô sentido Lingotto e descer na 3ª estação: Porta Nuova). Eu fui pela Italo e voltei pela Trenitália.

Verona



Imperdível: Castelvecchio, Arena, Piazza Erbe , Torre dei Lamberti, centro histórico e a casa de Julieta (1 dia dá pra conhecer tudo).

Castelvecchio

Arena

Outras atrações: Teatro Romano e Museu Archeologico, os jardins de Giardino Giusti (você vai precisar de mais 1 dia – não é indispensável, mas recomendo porque a cidade é muito interessante).

Vista da cidade no Museu Archeologico

Jardins de Giardino Giusti

Todas estas atrações são próximas da estação de trem e dá pra fazer tudo a pé.


Sugestão de hospedagem


Hotel Accademia: Excelente hotel. Bem localizado, no centro histórico, perto da casa da Julieta. Quartos grandes, com bom isolamento acústico e ótimo café da manhã. 

Vicenza




Imperdível: Teatro Olimpico, Piazza dei Signori e centro histórico. Dá pra fazer tudo a pé a partir da estação de trem.

Teatro Olimpico

Fim de tarde em Vicenza (inverno) 

La Rotonda

Outra atração: La Rotonda (a arquitetura da casa e os jardins valem a visita, mesmo sem conhecer o interior da casa). Para ir, vá de táxi (15 min) e volte de ônibus – há uma placa no ponto de ônibus indicando os horários.


Tudo, inclusive La Rotonda, dá pra conhecer em um bate e volta a partir de Verona (30 min).

Bolonha (Bologna)




Principais atrações: Torri degli Asinelli e Garisenda (duas torres no centro da cidade, a maior com 97 metros e 3 metros de inclinação – dá pra subir, mas são 495 degraus), centro histórico, catedral e o museu da história da cidade.

Praça com a torre de Asinelli e Garisenda no fundo

museu da história da cidade


As atrações são próximas e da pra fazer tudo a pé, a partir da estação de trem.


Vale a pena conhecer, mas se for preciso encurtar o roteiro, recomendo tirar esta cidade. As torres são muito interessantes, principalmente pela inclinação, mas você verá várias delas em San Gimignano.

Florença (Firenze)


Principais atrações: Duomo e Batistério, Palazzo Vechio, Ponte Vecchio, Cappelle Medicee e Uffizi.

Duomo

Firenze a noite, com a decoração de Natal


Tempo: dá pra conhecer tudo em 1 dia inteiro, as atrações são próximas e dá pra fazer tudo a pé a partir da estação de trem.

A cidade é base para conhecer Pisa, Lucca, San Gimignano e Siena.


Sugestão de hospedagem


Hotel City: Muito bom. Bem localizado, próximo do centro histórico e da estação de trem (lembre-se dos bate-voltas). Ótimos quartos, com bom isolamento acústico e café da manhã muito bom. 

Pisa





Principais atrações: A torre e o complexo ao redor da torre: duomo, batistério, Camposanto (cemitério) e 2 museus (um deles é o Museo dell’Opera Del Duomo).

Vista do topo da torre

Camposanto


Como chegar: pegue um trem regional na estação de Firenze (Santa Maria Novella) para Pisa (no painel da estação aparece como destino “Livorno”). O percurso leva 1 hora. Não é preciso comprar pela internet, você pode comprar na hora na estação (há máquinas de venda). Após a compra, não se esqueça de validar (carimbar) a passagem em uma máquina na plataforma.

Quando descer na estação de Pisa, pegue um táxi até a torre (uns 15 minutos), e assim que chegar vá à bilheteria e agende um horário para a subida à torre. São 300 degraus em espiral, mas vale a pena. A sensação da inclinação durante a subida é única. Dá pra reservar o horário pela internet também. Como eu fui no inverno, não reservei, e consegui agendar para 2 horas depois.

Enquanto você espera o seu horário para subir, você pode conhecer o Duomo (cujo interior é muito bonito, um dos mais interessantes que conheci na Itália), o cemitério (eu não gosto de cemitérios, mas esse é uma exceção) e os museus. Espere gastar umas 4 horas para conhecer tudo.


Se preferir, você pode continuar viagem até Lucca (mais 20min de trem) ou retornar para Firenze.

San Gimignano




Vale muito a pena conhecer esta pequena cidade, porque ela é toda feita de pedra, com muitas torres e é muito diferente das outras cidades visitadas. A atração principal é a própria cidade.

As torres

A rua principal

Como chegar: pegue um trem regional na estação de Firenze (Santa Maria Novella) para Poggibonsi (no painel da estação aparece como destino “Siena”). Desça na estação de Poggibonsi (1 hora) e depois pegue o ônibus para San Gimignano (25 minutos). A passagem de ônibus pode ser comprada na banca de revistas da estação.Assim que chegar em San Gimignano, verifique no ponto de ônibus quais são os horários de retorno.


Não é preciso comprar a passagem de trem para Poggibonsi pela internet, você pode comprar na hora na estação (há máquinas de venda). Após a compra, não se esqueça de validar (carimbar) a passagem em uma máquina na plataforma.


Dicas:

É possível subir em algumas torres. Não há elevador, mas a vista compensa.

A cidade tem a fama de ter um dos melhores sorvetes do mundo. Não deixe de provar, mesmo que seja no inverno, é realmente muito bom.



Siena




Principais atrações: Piazza Publico, Palazzo Publico e o Duomo.

Duomo

Praça central

Como chegar: pegue um trem regional na estação de Firenze (Santa Maria Novella) para Siena (1h30). Não é preciso comprar a passagem de trem pela internet, você pode comprar na hora na estação (há máquinas de venda). Após a compra, não se esqueça de validar (carimbar) a passagem em uma máquina na plataforma.

As atrações principais são próximas e da pra fazer tudo a pé, porém, assim que chegar na estação pegue um táxi até o centro histórico.


Vale a pena conhecer, mas se precisar cortar alguma cidade do seu roteiro, recomendo esta. É um bate e volta um pouco cansativo e a cidade, apesar de ser muito bonita, não é muito diferente das outras já visitadas (o Duomo parece muito com o de Firenze).

Roma




Principais atrações: Vaticano (Museus do Vaticano, Basílica de São Pedro e Castelo de Santo Ângelo), Coliseu, Forum Romano, Piazza Navona, Pantheon, Museus Capitolinos e Fontana de Trevi.

A Basílica de São Pedro

O Castelo de Sto. Ângelo

A saída do Museu do Vaticano

Piazza Navona

Não é a 25 de Março


Tempo: 3 dias, no mínimo. Só os museus do Vaticano levam o dia todo para conhecer – e é imperdível.

Faça a reserva da entrada dos museus do Vaticano na internet, onde você agenda e o dia e horário que pretende visitar, e assim evita a fila enorme da bilheteria, que mesmo no inverno pode levar horas.

Esta é uma parte da fila da bilheteria do Museu do Vaticano no inverno 

Adquira também o passe Roma Pass, que dá direito a transporte público ilimitado por 3 dias, entrada gratuita para as duas primeiras atrações que visitar e descontos nas outras. O melhor de tudo: nas duas primeiras atrações, você não pega a fila da bilheteria. Escolha o Coliseu e o Forum Romano, que até no inverno tem grandes filas.

Na estação principal de trens, a Termini, há um shopping Center com boas opções de alimentação com baixo custo (no padrão europeu).


Sugestão de hospedagem


Mercure Roma Piazza Bologna – Bem localizado, perto do metrô, em um bairro residencial. Há uma loja da OVS (a C&A deles) na esquina, quase vizinho ao hotel. Bom café da manhã, porém tive problemas com o atendimento e com o horário do check-in. É uma opção para fugir dos altos preços dos hotéis na região central.

Veneza (Venezia)



Imperdível: Palazzo Ducale, Campanário, Basilica di San Marco, passeio pelo Grande Canal e se perder andando pela cidade.

Grande Canal

Palazzo Ducale

Ruas de Veneza com a decoração de Natal


Outras atrações: Museo Correr e Scuolla Grande di San Rocco (esta não deu tempo de conhecer)

Tempo: 2 dias inteiros, mas recomendo pelo menos 3.

Não deixe de conhecer o Palazzo Ducale. Achei o monumento mais impressionante de toda Itália. Há salões muito grandes com pinturas do chão até o teto (é como a capela Sistina, só que muito maior).

Recomendo assistir uma ópera no “Musica a palazzo”. A ópera é realizada em um palácio, onde cada ato ocorre em uma sala diferente. Dá pra reservar pela internet, e o pagamento é realizado no local (eles só aceitam em espécie). Você precisa confirmar por telefone 1 dia antes a presença (utilize o Skype ou peça à recepção do hotel). Passe durante o dia no local e memorize ou anote como chegar (eu me perdi e cheguei em cima da hora).

Em Veneza também reservei o concerto das quatro estações de Vivaldi em uma igreja, pelo site do grupo Interpreti Veneziani. Infelizmente minha esposa passou mal a noite e não foi possível conhecer. No site é possível reservar e pagar com cartão. Eles enviam um e-mail que é o ingresso. Não é necessário confirmar a presença.


Sugestão de hospedagem

Hotel Antique Figure: Excelente. Muito bem localizado, em frete á estação de trem Santa Lucia, mas do outro lado do canal. O atendimento foi nota 10, ótimo café da manhã. O quarto é ótimo (fiquei em anexo do hotel, que tinha até uma mini cozinha, parecia que eu estava morando em uma casa de Veneza). O café da manhã é muito bom.

Em Veneza recomendo um hotel que fique próximo da estação de trem, porque deve ser um transtorno chegar na cidade, pegar um vaporeto (barco que é o “ônibus” da cidade) com malas e depois sair procurando o hotel (não é difícil se perder em Veneza). Também não recomendo se hospedar em Mestre – você vai ter que pegar um trem sempre que for visitar a cidade. Não vale a economia – economize com qualquer outra coisa.

Se for passar a época de Natal e Ano Novo na Itália, tente planejar o roteiro para não se hospedar em Veneza na virada do ano, porque o preço dos hotéis chegam a ficar duas ou três vezes maior que na semana do Natal.

Sugestão de roteiro na Itália

Principais cidades

Turim, Milão, Verona, Vicenza, Veneza, Florença, Pisa, San Gimignano, Florença e Roma




Outras cidades

Siena, Bolonha, Lucca, Trento, Bolzano e Pompéia.

Cidades base

Milão pode ser base para conhecer Torino (1h) e Bologna (1h)
Verona pode ser base para conhecer Trento (1h30) e Vicenza (30min)
Veneza pode ser base para Bologna (1h20) e Vicenza (1h)
Florença pode ser base para Pisa (1h), Lucca (+20min a partir de Pisa), San Gimignano (1h), Siena (1h) e Bologna (1h)
Roma pode ser base para conhecer Pompéia (2h)

Sugestão de Roteiro

Minha viagem de 3 semanas começou e terminou em Milão:

Dia 1 – Chegada Milão
Dia 2 – Milão
Dia 3 – Bate e volta para conhecer Turim
Dia 4 – Mudança de base: Milão para Verona
Dia 5 – Verona
Dia 6 – Verona (tinha planejado conhecer Trento, mas preferi ficar mais um dia em Verona)
Dia 7 – Bate e volta a Vicenza
Dia 8 – Mudança de base: Veneza
Dia 9 – Veneza
Dia 10 – Veneza
Dia 11 – Veneza
Dia 12 – Bate e volta em Bologna
Dia 13 – Mudança de base: Florença (Firenze)
Dia 14 – Florença
Dia 15 – Bate e volta em Pisa
Dia 16 – Bate e volta a Siena
Dia 17 – Bate e volta a San Gimignano
Dia 18 – Mudança de base: Roma
Dia 19 – Roma (Vaticano)
Dia 20 – Roma
Dia 21 – Roma
Dia 22 – Roma
Dia 23 – Mudança de base: Volta para Milão
Dia 24 – Milão (vôo de volta ao Brasil)


Precisa montar um roteiro com menos dias? Só cortaria Siena e Bologna – não que não vale a pena conhecer, é que são parecidas com as outras cidades do roteiro.